Deficiência de fibrinogénio no cão
O fibrinogênio, percursor solúvel da fibrina, é um fator de coagulação envolvido nos processos de homeostasia e cuja função é a agregação plaquetária e a formação de coágulos.
Este é um estudo de caso de um cão, macho, de raça braco alemão com 15 anos com hipofibrinogenemia congénita. Este cão foi avaliado pelo veterinário devido a um pequeno trauma craniano que provocou um bloqueio mandibular associado com uma protusão do olho direito e muita dor. Três meses antes, este mesmo cão tinha sido examinado devido a um aumento do tempo de coagulação detetado pelo veterinário pelo que, na altura, levou a uma suspeita de envenenamento por uma serpente.
Ao exame físico este cão encontrava-se normal. Foi realizado um perfil hemostático completo que revelou: tempo protrombina moderadamente aumentado, tal como o tempo da tromboplastina parcial ativada. A concentração de fibrinogénio encontra-se bastante diminuída e a contagem de plaquetas, antitrombina e de D-dímero estavam dentro dos intervalos de referência, o que levou a uma exclusão de diagnóstico de coagulação intravascular disseminada.
Outras possíveis causas de hipofibrinogenemia, tais como hemorragia crónica e doença hepática – uma vez que o fibrinogénio é produzido no fígado – foram também excluídos. Foi também pesquisado anticoagulantes circulante que pudessem apresentar propriedades inibitórias do fibrinogênio, que não foi detetado.
O animal apresentou melhoria após o tratamento sintomático com corticosteroides e antibioterapia. Não existe um tratamento específico para a hipofibrinogenemia congénita a não ser transfusões de plasma aquando situações de sangramento. Neste caso, foi aconselhado evitar exercícios muito cansativos e a prática de caça.
Um ano depois, o animal apresentava-se clinicamente normal, no entanto, os valores de fibrinogénios encontravam-se persistentemente diminuídos.