Higroma cotovelar em cães
Um higroma cotovelar, também denominado de seroma cotovelar ou bursite olecraniana, é uma cavidade preenchida por fluído, cercado por tecido conjuntivo fibroso, que surge na face lateral do olecrânio. Esta patologia afeta, por norma, raças grandes e a sua etiologia é, frequentemente, um traumatismo ou consequência de uma pressão contínua sobre a zona do cotovelo quando o animal descansa sobre superfícies duras.
A articulação do cotovelo é composta pelos ossos úmero, rádio e cúbito. A envolvê-los existe uma cápsula articular que possui no seu interior líquido sinovial. A principal função deste líquido é permitir que os ossos deslizem entre si sem que haja atrito.
Raças grandes, como o são bernardo ou o dálmata, estão mais predispostas a esta patologia uma vez que exercem maior pressão sobre a articulação do cotovelo. Esta pressão pode resultar em inflamação da cápsula articular ou em uma tendinite, por exemplo. Como já foi mencionado anteriormente, a pressão causada sobre esta mesma articulação pode, também, ser devida a uma constante exposição a superfícies duras e, por esse mesmo motivo, é possível encontrar um higroma cotovelar em raças mais pequenas também.
A inflamação na articulação induz um aumento na produção de líquido sinovial dentro da cápsula articular e, por conseguinte, essa região tende a aumentar de tamanho.
No que diz respeito ao tratamento do higroma, este irá depender do tipo de higroma, do grau de progressão e da existência de outras patologias associadas.
Quando o higroma não é complicado, deve-se proteger a articulação através da utilização de camas ou de mantas que, de certa forma, amortizem a carga exercida sobre o cotovelo. Por outro lado, também podemos recorrer ao uso de uma ligadura e AINEs (anti-inflamatórios não esteroides). Por vezes, quando o animal não responde ao tratamento de AINEs, é indicado o uso de esteroides. Por fim, quando o higroma é mais grave realiza-se uma drenagem com agulha fina do líquido sinovial. Caso se manifestem complicações e surja, por exemplo, uma fístula ou úlcera, é necessário recorrer ao tratamento cirúrgico.
Quanto à drenagem, a drenagem Penrose, é um procedimento passivo e uma das técnicas mais utilizadas. No entanto, este tipo de drenagem possui algum risco de contaminação a partir do líquido extraído, dado que este fica retido na ligadura em contato com a pele. Usualmente, este tratamento dura 3 a 4 semanas.
Por outro lado, alguns casos de tratamento cirúrgico recorrem ao uso de drenagem ativa. Este procedimento, apesar de ser mais invasivo que a drenagem passiva, apresenta a vantagem de haver um menor risco de contaminação já que o líquido fica armazenado diretamente no depósito. Além disso, podemos avaliar mais precisamente o líquido quanto ao aspeto e ao volume.
Em modo de conclusão, é fundamental a prevenção desta patologia essencialmente em tutores que possuem cães de raças grandes. Esta prevenção pode ser feita através da disponibilização de camas confortáveis e mantas para o repouso dos animais.
Bibliografia
https://www.ortocanis.com/pt/content/reducao-de-higromas
https://www.barkyn.com/blog/saude/higroma-canino