Felídeos: ou rugem ou ronronam
Os gatos domésticos podem dominar a casa, mas há uma diferença significativa que os distingue dos seus familiares reis da selva: as vocalizações.
A maioria dos grandes felídeos, tais como os leões e os tigres, tendem a rugir para anunciar a sua presença e defender o seu território, mas os gatos domésticos tendem a realizar vocalizações menos ferozes, tais como o miar e o ronronar.
Qualquer espécie felina pode rugir ou ronronar consoante a estrutura da caixa torácica e da laringe, mas não pode fazer ambos. O aparelho hióide e as cordas vocais são estruturas da laringe que têm diferenças significativas entre as espécies que rugem e ronronam.
O ronronar é criado quando um felídeo inspira e expira, tal como acontece no gato doméstico, no lince, no puma e na chita. O ronronar vem essencialmente de variações nas caixas vocais, uma vez que estes sons provêm de uma contração extremamente rápida do músculo vocal.
O rugir é proveniente de ossos flexíveis na garganta e evoluiu particularmente nas linhagens de felídeos grandes, tais como as panteras, leões, tigres, onças e leopardos. O leopardo da neve é uma exceção, uma vez que se pensa que com a evolução perdeu a sua capacidade de rugir. Estes animais em vez do osso hióide, têm um ligamento elástico alongado, o epi-hióide. Esta cartilagem flexível permite que a caixa vocal baixe dentro da garganta, gerando um som mais profundo.
Ainda hoje não se sabe ao certo a vantagem evolutiva do ronronar na linhagem de algumas espécies, mas a teoria mais aceite é que é um mecanismo calmante ou até mesmo de cura.