Será a extração dentária a solução para o Gengivite Felina?
Para o tratamento do Complexo Gengivite e Estomatite Faringite Felina (CGEFF), começou-se por realizar um tratamento conservativo à base de anti-inflamatórios e antimicrobianos para reduzir inflamação e a carga microbiana, realizar higienização dentária profissional e controlar o crescimento da placa bacteriana. Este protocolo de tratamento não apresentava melhorias significativas e começou-se por implementar a extração dentária.
Os casos indicados para executar a extração dentária são aqueles em que a doença periodontal persiste e em que existem os seguintes sinais: retração gengival, mobilidade dos dentes, existe uma bolsa periodontal e exposição da furca, reabsorção dentária felina, vêem-se graves lesões proliferativas e ulcerativas, está presente complexo gengivite estomatite faringite felina e casos em que o animal tem grave dificuldade de preensão, mastigação e deglutição dos alimentos
Existem 2 técnicas de extração dentária:
•Extração dentária fechada- realizada a partir da luxação do ligamento peridontal por força controlada e seguida de extração por fórceps;
•Extração dentária aberta- em que se faz um retalho na gengiva e se elimina o osso alveolar, de forma a expor a furca e das raízes. De seguida faz-se a luxação e elevação do dente.
A extração poderá ser múltipla (extração dos dentes pré-molares e molares) ou poderá ser a extração radical (total). A extração radical é realizada caso; os dentes caninos e incisivos já apresentem lesões, haja recidiva da doença, o dono for de longe e não poder trazer o animal, animal errante ou de difícil captura.
Estudos referem que com tratamento cirúrgico, 60% dos animais intervencionados apresentam cura clínica, 20% apresentam melhorias (embora necessitem de tratamento médico em dose menor para reduzir a dor e permitir que comam) 13% com baixa melhoria, mas mantêm a dose de AI e, apenas, 7% não melhoram.
A CGEFF é uma doença imunomediada, sem etiologia conhecida. A extração dentária apresenta bons resultados em termos de melhoria clínica desta doença provavelmente por existir algum componente do dente ou mesmo da placa bacteriana que desencadeia uma resposta de hiperatividade que causa o desenvolvimento da doença. E ao extrairmos os dentes eliminamos a placa bacteriana e consequentemente eliminamos o estímulo para a hiperatividade que o animal apresenta. Conclui-se também que são necessários mais estudos para que se chegue a um tratamento único e eficaz para esta patologia.