A expansão do guaxinim na Península Ibérica

A expansão do guaxinim na Península Ibérica

 

O guaxinim (Procyon lotor) é um mamífero originário da América, mas que se tem espalhado por toda a Europa. Terá sido libertado pela primeira vez no continente europeu em 1927, na Alemanha, e desde então tem-se expandido graças a libertações deliberadas e fugas de cativeiro.
A presença deste animal em Portugal pode constituir mais um risco para a fauna autóctone e principalmente para as espécies das quais o guaxinim se alimenta e que já se encontram com estatuto preocupante. A lontra, o cágado-mediterrâneo ou o mexilhão-de-rio são exemplos de espécies cuja população poderá diminuir facilmente pela dominância e competitividade deste mamífero. Diversas aves aquáticas que fazem ninhos também irão sofrer, já que os seus ovos são alvos fáceis para este carnívoro.
Este animal pode ainda significar um risco de saúde, pois pode ser portador de Balisascarys procyonis, (nemátodo mortal para os humanos), raiva e outras doenças que afetam também os animais domésticos.
Em Portugal foram avistados 4 vezes. O primeiro ocorreu em 2008 em Vila Nova de Famalicão e foi certificado por um registo fotográfico do espécime. Também em 2014 foi confirmado outro avistamento também com registo fotográfico em Esposende. Em Santarém (2012) e Cascais (2013) não há confirmação destes avistamentos.
A população reprodutora mais significativa e próxima de Portugal estará na região espanhola de Madrid, nas margens dos rios Jarama e Henares que são afluentes do rio Tejo. Os rios podem ser um corredor de dispersão, o que permite que o vale do rio Tejo se torne uma área com grande risco de invasão.
Estes animais podem existir em qualquer lado, desde que haja a presença de água. A sua alta adaptabilidade pode ser explicada pelos seus hábitos alimentares, pois comporta-se como um omnívoro oportunista. Além disso, não tem predadores naturais na Europa.
A detenção do guaxinim (Procyon lotor) como animal doméstico em Portugal é proibida desde 1999.

 

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